quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Kierkegaard, o jovem rico e São Francisco de Assis

KierkegaardKierkegaard, o jovem rico e São Francisco de Assis

Muitas foram as controvérsias que marcaram a vida de Soren Aabye Kierkegaard: Sua infância oprimida por um pai atormentado; o rompimento traumático de seu noivado com Regina Olsen; a crítica pesada que fez a igreja e ao clero de seu tempo, não porque desprezava-os, mas porque desejava uma igreja mais cristã.
Em seus escritos, Kierkegaard sugere três estágios para existência humana, entre os quais o homem pode escolher viver, são eles: 1) O Estágio Estético, onde o homem escolhe viver como um espectador, buscando fugir do tédio através dos divertimentos e distrações; 2) O Estágio Ético, onde o homem sai da posição de espectador e , por uma decisão existencial, decide seguir regras universais, que mesmo sendo um estágio melhor do que o primeiro, ainda é insuficiente para uma fé viva e profunda para com Deus; 3) O Estágio Religioso, é neste estágio que o homem se aproxima de Deus, dando o salto, que o filósofo chamou de “salto de fé”.
Como exemplo deste salto de fé, Kierkegaard, em seu livro Temor e Tremor, usa o patriarca Abraão, que estava disposto a obedecer Deus, levando seu filho Isaque para sacrificá-lo, mesmo que isto pudesse ser um absurdo. “Abraão… creu no absurdo.”¹ diz o filósofo. O estágio religioso sempre será algo incompreensivo para aqueles que vivem nos estágios estético ou ético.
abraao_isaqueSaindo da história de Abraão e indo até o tempo de Jesus, vemos nos evangelhos a história de um jovem rico, que vivia a angústia de não ser um homem salvo, pois se aproximando de Jesus, ele pergunta: “O que farei para herdar a vida eterna?”² Jesus percebendo sua angústia, lhe convida a dar um salto de fé, deixando para trás suas riquezas para ser tornar um discípulo seu. Ele porém, ainda preso nos estágios anteriores (estético e ético), prefere continuar vivendo a angústia de um homem não salvo.
O que o jovem rico da época de Jesus não fez, um outro jovem rico do século XII fez, seu nome de batismo era Giovanni, porém seu pai, um rico comerciante, passou a chamá-lo de Francesco (o francesinho), depois de uma viagem que fez a França. O jovem Francesco, ouvindo o evangelho, especialmente a história do jovem rico, decidiu tomar a atitude de abandonar tudo para se tornar um proclamador das Boas Novas. As pessoas passaram a chamá-lo de Francesco de Assis.
Ele viveu de forma, que muitas de sua época não compreenderam, como um mendicante, porém seu exemplo de vida tornou-se admirável para as gerações que o sucederam. Podemos dizer que ele viveu o que Kierkegaard chamou de estágio religioso.
1 – Kierkegaard,Soren. Temor e Tremor, Coleção os pensadores;
2 – Evangelho de Lucas – Cap. XVIII;
Bibliografia:
– Sproul, R.C. Filosofia para Iniciantes. Vida Nova, 2002.
– Foster, Richard. Rios de Água Viva. Editora Vida, 2008.
https://bibliaefilosofia.wordpress.com/tag/tres-estagios-de-kierkegaard/



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